O CARDO NO MEIO DE TRIGO (Tihamer Toth)



          Observa um campo de trigo no mês de maio. No meio do trigo aqui e ali, um pouco em toda parte, aparece o cardo. A principio as suas pequenas hastes aparecem inofensivas; mas, à maneira que vão crescendo, vão se tornando rugosas e cheia de espinhos.

           A tua vida, meu filho, está também no mês de maio; e no jardim da tua alma vês aparecer o cardo. As tuas impertinências  e as tuas pirraças não pareciam muito graves quando tu eras pequeno; mas, a medida que vás crescendo, estes defeitos tornam-se também rugosos e cheios de espinhos, e isso tanto mais, quanto mais desprezas o esforço para educação e autodisciplina.
Ora, o que virá a ser um jovem que não toma cuidado algum em combater os defeitos e em aperfeiçoar a sua alma¿ É, que virá a ser¿ as pernas crescem, os ombros se alongam, também os músculos, mas a alma continua inculta, animal, imperfeita e medíocre.

           Eis o que acontecerá: o joio, o cardo e todas as ervas ruins crescerão nela livremente , sabemos que estas plantas não precisam de boa terra nem de cuidado, inclusive preferem as terras incultas, e as plantas boas definham, pouco a pouco, sufocadas por estes parasitas...O jovem que não cuida de sua alma...faz cara feia quando obedece ou quando tem que praticar uma obra de caridade, bate a porta com força quando esta com raiva, xinga quando algo não sai como ele quer, no jogo quer logo revidar quando alguém o empurra, não luta contra o orgulho quando esta ganhando, nem contra a inveja quando esta perdendo, ou gosta de humilhar os mais fracos...em uma palavra, os insuportáveis. Infeliz! Sem grande dificuldade poderiam ser jovens de alma firme e coração puro, se tivessem procurado arrancar os cardos e ervas daninhas do campo de sua alma, quando ainda eram jovens e tinha tempo para fazê-lo, e tiveram oportunidades para isto. 

           Tem cuidado meu filho! O cardo nasce em todas as almas, sem exceção. Mas o jovem sábio e de bom senso não as deixa crescer; observa bem de perto, vigia, e arranca-o com as mãos. E a esta luta chamamos de combate da alma.

Tihamer Toth