Sala de Leitura

A história de Rolando Rivi

Seminarista Menor proclamado mártir pelo Papa Francisco

Entre os decretos de mártires aprovados em 28 de março pelo Papa Francisco, figura de forma particular à Rolando Rivi, um seminarista de 14 anos assassinado por ódio a fé em 1945 na Itália, a mando de um grupo de comunistas.

O jovem seminarista nasceu em 1931, em San Valentino (Itália), sendo o segundo filho de dois agricultores profundamente religiosos, Roberto e Albertina.

Apenas com 11 anos, em 1942, Rolando decidiu ingressar no seminário vila italiana de Marola. Em 1º de outubro desse ano recebeu a Batina.

Segundo recordam seus companheiros por aqueles dias, o jovem os animava assegurando-lhes que “um dia, com a ajuda de Deus, seremos sacerdotes. Eu serei missionário. Quero levar Jesus a quem não o conhece”.

“Nosso dever como sacerdote e rezar muito e salvar almas para levá-las ao paraíso” Dizia-lhes Rolando Rivi.

Ao invadir a Itália os alemães , em 1944, e fechar o seminário onde estudava, Rolando viu truncada sua formação sem haver recebido sequer as ordens menores. A pesar disto, o jovem não deixou de vestir a batina durante seu apoio a Ação Católica e da catequese.

Seus pais lhe rogavam que retirasse a batina, “é melhor que não a use”, pois diversos grupos comunistas, dedicados a sabotagem contra os Nazistas, expressavam também seu ódio a Igreja assassinando a vários sacerdotes na região.

“Por quê? Que mal faço levando-a?”, perguntava Rolando diante dos pedidos de que deixasse de usar sua vestimenta de seminarista.

“Não tenho nenhuma razão para deixar de usá-la. Estudo para ser sacerdote e devo vestir o sinal que pertenço a Jesus”, assegurava, apesar de haver recebido insultos de comunistas em seu povoado.

Entretanto, Rolando assegurava que “não tenho medo nem estou assustado. Não Posso esconder-me. Pertenço a Deus”.

A pesar do perigo, o jovem continuou ajudando na paróquia de seu povoado junto ao pároco Pe. Olinto Marzocchini e ao Pe. Alberto Camellini, que também receberam agressões dos comunistas.

Em 10 de Abril de 1945 tocou o órgão durante a Missa que presidia Pe. Marzocchini na paróquia. Ao terminar a Santa Missa, vestido com sua batina, juntou suas coisa e atravessou o bosque que o separava de sua casa, que nunca alcançou.

Depois de uma busca desesperada de três dias, o pai de Rolando, junto ao Pe. Camellini encontraram seu cadáver cheio de sinais de tortura e martírio.

Segundo se revelou depois, Rolando sofreu durante três dias torturas e humilhações, com insultos a Deus, Cristo e a Igreja.

Os comunistas começaram seu tormento contra o jovem seminarista retirando a batina e golpeando-lhe duramente com um cinto.

Ao terminar com a tortura, os comunistas o levaram entre as arvores, deixando um rastro de sangue atrás de si.

Seus seqüestradores lhe deixaram rezar, pedindo por deus pais e por seus assassinos. Depois os comunistas lhe dispararam duas vezes, uma na cabeça e perto do coração.

Após quase enterrá-lo, os assassinos permaneceram com a batina de Rolando, amarrando-a para utilizá-la como bola de futebol.

Rolando foi enterrado formalmente em 29 de Maio, após a libertação da Itália, recebendo homenagem de todos os fiéis de seu povoado.

Seu tumulo se converteu em um lugar de peregrinação e se atribuíram diversas curas a sua intercessão.

A Diocese de Módena (Itália) abriu a causa de beatificaçõa de Rolando em 2006. Seis Anos depois, a comissão encarregada pela Congregação para a Causa dos Santos certificou sua morte como mártir por ódio a fé, que foi decretada pelo Papa Francisco.

Fonte :ACI/EWTN Noticias

Entrevista com a senhora Fátima, mãe do Padre Danilo Magela, Missionário na Rússia
Entrevistador(Seminarista Djalma Rodrigo): 

Dona Fátima, o Padre Danilo Magela foi seminarista menor, fale um pouco dessa experiência da senhora, em permitir que seu filho entrasse tão jovem no seminário.

Dona Fátima: Foi um momento que eu vivi com muita alegria e amor, pois graças a Deus sempre fui assídua à Igreja, e sabia que como mãe devia deixar que meus filhos seguissem o caminho deles sem nenhuma imposição de minha parte, mas claro que sob minha orientação.

Entrevistador: Como foi a infância do Padre Danilo Magela? 

Dona Fátima: Desde pequenos eu já levava meus filhos para a Missa comigo, o que fez com que eles fossem educados e formados e na religião católica.

Entrevistador: Conte-nos como o Padre Danilo Magela disse que queria ir para o Seminário.

Dona Fátima: Quando ele me pediu disse que seria apenas uma visita, mas que se ele gostasse e se identificasse, voltaria em casa só para pegar suas coisas e ingressar no Seminário.
Entrevistador: Essa notícia pegou a senhora de surpresa?

Dona Fátima: Não. Pois o Padre Fernando já estava fazendo um trabalho com os meninos da Paróquia, e sei que esse convívio com o Padre, fez com ele se identificasse com a vida sacerdotal, fez com que a vocação já fosse nascendo em seu coração.

Entrevistador: Que idade o Padre Danilo Magela tinha nessa época? 
Dona Fátima: 10 anos.

Entrevistador: E a senhora acha que um menino pode receber o chamado ao sacerdócio nesta idade?

Dona Fátima: Eu tenho plena certeza disso! Além do meu filho, eu vi vários outros meninos entrarem no seminário com a mesma idade dele e também perseveraram.
 Entrevistador: A senhora se lembra de alguma história de outro Padre que entrou nessa idade para o Seminário? 

Dona Fátima: Lembro-me de um Padre contar que, estando no Seminário sempre chorava de saudades da família, mas um dia, após ouvir o Reitor dizer para sua mãe que se ele continuasse chorando assim teria que mandá-lo de volta para casa, ele nunca mais chorou. É uma prova clara de que ele tinha vocação, e que quando percebeu que isso seria um obstáculo para sua vocação, imediatamente parou de chorar.

Entrevistador: Em que momento a senhora acredita que Deus chamou o Padre Danilo Magela?
Dona Fátima: Tenho certeza que o enquanto meu filho era gerado em meu ventre Deus já lhe dava a vocação, pois hoje, quando vejo meu filho sacerdote, lembro-me do momento difícil em que ele nasceu. Olho toda sua história e vejo que ele veio para cumprir um chamado de Deus, para percorrer o caminho que Deus já havia traçado para ele. E não tenho dúvidas de que é assim com todas as pessoas.

Entrevistador: Como é ter um filho sacerdote?

Dona Fátima: É muito difícil expressar em palavras o que eu sinto.  Sei que é uma graça muito grande, e me sinto muito feliz com isso, porque sendo eu tão pequenina diante de Deus, tenho a graça de poder ofertar meu filho para Ele. Todos os dias, em minhas orações da noite, digo a Deus cheia de gratidão: “Eu não sou digna de poder ter gerado um filho para Ti, somente para o Senhor, para se dedicar exclusivamente ao vosso serviço.”

Entrevistador: E por que a senhora acha que Deus a escolheu para ser mãe de um sacerdote?
Dona Fátima: Eu sempre estive engajada nos movimentos da igreja. Em toda minha vida sempre me dediquei a isso com muito amor. E por eu gostar tanto de trabalhar para a Igreja, Deus pediu um pouco mais de mim, que Lhe doasse também o meu filho. 

Entrevistador: Como a senhora encara a missão de mãe de um sacerdote?

Dona Fátima: Antes de mais nada, sei que meu filho é muito mais de Deus do que meu! Tive a graça de gerá-lo e educá-lo, mas uma mãe não cria os filhos para si, mas sim para o mundo, ou melhor, para a missão que Deus quer que eles cumpram no mundo. Cada um escolhe o caminho que vai seguir de acordo com sua vocação. Por exemplo, para meu filho Deus deu a vocação sacerdotal e para minha filha a vocação matrimonial.

Entrevistador: Como Deus responde a essa entrega do filho da senhora para Ele?

Dona Fátima: Só sendo mãe de um sacerdote para saber a alegria que eu sinto. É impossível expressar em palavras o quanto Deus se faz presente em minha! Eu tenho recebido inumeras graças de Deus, por causa deste meu despojamento do meu filho. Deus sabe o quanto é difícil para uma mãe entregar seu filho.

Entrevistador: E nos momentos de saudade o que a senhora faz?

Dona Fátima: Sem dúvidas que sinto saudades. Meu filho está na Rússia agora, e sinto saudades dele, mas eu não choro de saudades do meu filho, porque eu tenho o consolo de Deus. Consola-me saber que ele está lá trabalhando pela salvação das almas. Tantas pessoas estão sendo beneficiadas pelo sacerdócio do meu filho: Tantas almas libertas da vida de pecado, tantos doentes ele está visitando. Pois sabemos que este é o carisma do Instituto do Verbo Encarnado, ir onde a Igreja mais precisa, onde estão os mais carentes. E se eu não posso ir até lá, graças a Deus o meu filho pode.

Entrevistador: Então a senhora acredita que a mãe de um sacerdote ou de um vocacionado participa desta ação de Deus exercida através dos filhos?

Dona Fátima: Com toda certeza!

Entrevistador: O que a senhora tem a dizer para as mães que não entendem a vocação de seus filhos para a vida sacerdotal e religiosa, e acabam colocando obstáculos e muitas vezes impedindo que seus filhos entrem para o seminário?

Dona Fátima: Não impeçam seus filhos, porque é uma graça muito grande. Tenham certeza que Deus dará o consolo, que essa saudade será repleta de amor. As mães dos sacerdotes devem saber que estão colaborando com a salvação do mundo.

Entrevistador: Como foi quando a senhora recebeu a notícia de que seu filho iria para fora do Brasil?

Dona Fátima: Ele me disse todo contente que havia sido destinado para a Itália, para terminar lá seus estudos. E eu me alegrei com ele, pois eu sabia que ele queria muito ir para fora do Brasil. A felicidade de uma mãe é ver o filho feliz.

Entrevistador: Como é para a senhora ter um filho na Rússia, sabendo de todas as dificuldades como idioma, cultura, clima, que ele enfrenta para poder salvar as almas?

Dona Fátima: Sinto muita alegria, vejo a providencia de Deus em cada dificuldade que meu filho supera. Já está conseguindo ler em russo e concelebrar nas Santas Missas. E cada etapa superada que ele me conta, eu me alegro e o estimulo para seguir em frente. 

Entrevistador: O que a senhora tem a dizer sobre o Padre Danilo Magela?

Dona Fátima: Vejo que ele esta sendo um sacerdote santo.

Entrevistador: Para encerrar o que a senhora tem para dizer para os seminaristas menores e para os jovens que pensam em ingressar no seminário menor?

Dona Fátima: Sejam perseverantes, pois servir a Deus é uma missão difícil, devem superar as tentações, que nós sabemos que existem, e superar todas as dificuldades. Lembrem-se sempre que servir a Deus é muito gratificante, e nunca se esqueçam do que vocês chegaram a ser, do quanto serão úteis para a salvação das almas. Vocês serão responsáveis pela salvação de muitas almas, pois serão sacerdotes, serão representantes de Jesus para muitas pessoas necessitadas deste mesmo Jesus.

Entrevistador: Muito obrigado Dona Fátima por esta entrevista.

Dona Fátima: Eu é que agradeço, e peço a todos que lerem essa entrevista que rezem, não somente pelo Padre Danilo Magela, mas também por todos os vocacionados, por todos os sacerdotes e religiosos missionários no mundo inteiro, pois todos nós precisamos muito deles.


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O VERBO SE FEZ CARNE
Deus teve muitos motivos para encarnar, mas os principais são aqueles que ele mesmo revelou.
1) O Verbo se fez carne para salvar-nos de nossos pecados e para nos reconciliar com Deus.
Séculos atrás, um imperador chamado Zaleucus estabeleceu uma lei muito rigorosa contra o adultério que dizia o seguinte: todo aquele que cometer adultério lhe será arrancado os dois olhos. Triste sorte a do rei, o primeiro a quebrar a lei foi o seu próprio filho. Indizível foi dor e horror do rei que andava por toda parte dizendo: "Oxalá não fosse eu seu pai, nem ele meu filho". O que faço? Disse. Depois de muita deliberar decidiu o seguinte: "Pai e Filho são a mesma carne, o mesmo sangue e a mesma coisa. Por tanto, que me seja arrancado um olho a mim por amor a meu filho, e um olho a meu filho por amor a justiça.” E assim foi feito.
Infinitamente superior é o que Deus fez por nós os homens: pelos nossos pecados pessoais e pelo pecado original éramos réu de morte. A salvação de nossos pecados e da morte, Ele mesmo se fez homem para morrer por nós e nos redimir, Deus nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados (1 Jo 4:10), o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo (1 Jo 4:14).
Assim, podemos dizer que a razão da Encarnação é a infinita misericórdia de Deus: Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele (João 3:17)
2) O Verbo se fez carne para que assim possamos conhecer o amor de Deus
Deus se tornou carne para nos redimir dos nossos pecados. Não é a única razão. Na verdade, poderia fazê-lo sem encarnar-se, teria bastado um simples gesto, um único desejo. Por que não estava contente com isso? Por que se tornar um homem, de partilhar a nossa miséria, a nossa pobreza, a nossa fome e sede? Por que andar em nossas terras áridas uns o escarneciam, desprezado por outros, muitos o rejeitaram? Por que se tornar um homem como nós para sentir a dor, o sofrimento e a morte? São João resposta: Nisto se manifestou o amor de Deus por nós: enviou ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por ele (1 Jo 4:9); Porque Deus amou tanto o mundo que deu o Seu Filho único (Jo 3:16).
3) Deus se tornou carne para ser nosso modelo de santidade
Meditando o mistério da Encarnação, sentiremos crescer em nosso coração o desejo de ser como Cristo, isto é, de imitar Deus. Jesus Cristo tornou-se homem para propor-se como ideal para nós, porque não sabemos como é ser homem de verdade: Aprendei de mim (Mt 11:29), eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim (João 14:6) Amai-vos como eu vos amei (Jo 15:12).
4) O Verbo se fez carne para tornar-nos participantes da natureza divina (cf. 2 Pe 1:4).
Como diz Santo Agostinho: Deus se fez homem para que o homem se tornasse Divino. Deus se fez homem para mostrar ao homem a dignidade da natureza humana... não se fez arvore, nem água...se fez homem.
Assim, o homem, lembrando-se da exaltação da sua natureza e meditando sobre ela, deve tomar cuidado de não manchar sua natureza com o pecado (2 Pt 1 4). E com tudo aquilo que não pertence a vida humana autêntica.
São João da Cruz nos ensina este Mistério com estes versos:

No principio morava
O Verbo, e em Deus vivia,
Em quem sua felicidade
Infinita possuía
O mesmo Verbo era Deus
Que o Principio se dizia
Ele morava no principio
Por isso dele carecia

Então chamou um Arcanjo
Que São Gabriel se dizia
E envolveu a uma donzela
Que se chamava Maria
De cujo consentimento
Todo mistério acontecia

Na qual a Trindade Santa
De carne o Verbo se vestia
E ficou o Verbo Encarnado
No ventre da virgem Maria
E aquele que tinha só Pai
Já também uma Mãe teria
E por isso, Filho de Deus
E do homem ele se chamaria
(Fonte: Pe. Miguel Fuentes, INRI)
Tradução :Pe. Maciel da SIlva




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“Rock Católico?”



           Nas aulas de biologia, é comum os professores citarem o exemplo do sapo que, quando colocado na água fervente pula imediatamente para fora; entretanto, se o mesmo sapo for colocado em uma bacia com água fria e essa bacia for levada ao fogo brando, o corpo do sapo se ajustará à elevação gradual da temperatura da água e ele acabará morrendo cozido! 
      

     O termo “rock and roll” era uma gíria que existia nos anos 50 que significava os movimentos do corpo humano durante os joguetes sexuais. Portanto já o nome desse estilo musical esta associado a fornicação e a imoralidade sexual. Os roqueiros cristãos dizem que precisamos ser como o mundo, ter a mesma aparência e ouvir a mesma música, pára podermos alcançar a juventude atual. Dizem que muitos jovens não quererão ouvir o evangelho nem vi4r á igreja se não tivermos algum terreno em comum com eles; esse terreno comum é o rock and roll. Em outras palavras, estão dizendo que pregar a palavra de Deus já não é mais suficiente. Se isso for verdade, então deveríamos abrir bares para alcançar os beberrões. Esse tipo de pensamento não vem de Deus, e se não vem de Deus de quem vem?        Vamos conhecer melhor a história do rock e saber porque ele é tão perigoso não só para jovens católicos senão que também para jovens, adultos ou velhos não católicos. 


† História do Rock and Roll
      A história do rock pode ser dividida em quatro fases. A primeira é seu nascimento (em torno de 1951 – 1952). As músicas e as letras aparentemente inofensivas promoviam os bons momentos. O ritmo era alegre e cativante. As melodias criavam uma estranha atmosfera de “Happy Days” (Dias Felizes). Como principais representantes têm: Elvis Presley, James Brown, etc. A segunda etapa é a evolução para o acid rock e o hard rock, com a integração do rock no mundo das drogas; estavam envolvidos neste tempo os Beatles, os Rolling Stones e o grupo The Who. Concertos de rock gigantescos para a promoção do sexo sem compromisso, abuso das drogas e do álcool, e uma atitude tipo faça o que der na cabeça. Os grupos destruíam seus equipamentos no palco e também início do homossexualismo. A terceira etapa é o rock satânico; essa fase inaugurada pelos Beatles em 19687 com a aparição do álbum ‘Devil’s White’ ( Diabo Branco) contendo as seguintes peças: Revolution Number One (Revolução Número Um) e Revolution Number Nine (Revolução Número Nove). A fórmula tem êxito e desde então é usada para transmitir o vasto caminho da perversão diabólica; deve-se ter em conta como representantes dessa época os Rolling Stones, Black Sabbath, Led Zeppelin e Styx. A quarta etapa é a do Punk Rock, cujo fim e filosofia são levar os ouvintes diretamente ao suicídio, a violência coletiva e aos crimes sistemáticos. Entre os grupoos mais notórios podemos destacar: Kiss, Aphrodíte’s Child (álbum 666), e sobre tudo Marylin Manson. 
† Aspectos subversivos do rock’n roll 
    Nestas diversas manifestações pseudomusicais pode se destacar os seguintes aspectos pervertidos: 


1.
 As mensagens subliminares: Trata-se de uma mensagem destinada a alcançar o ouvinte “Justamente por debaixo do umbral de sua consciência”;semelhante mensagem escapa ao ouvido, aos olhos, aos sentidos externos e penetra no subconsciente profundo do ouvinte, o qual esta completamente sem defesa contra esta forma de agressão. O autor da mensagem subliminar é perfeitamente consciente do objetivo que quer alcançar: uma revolução em profundidade capaz de todas as subversões. Pó outra parte o ouvinte ignora que sofre essa invasão. Como sua inteligência consciente e sua vontade não estão em estado de alerta nem em condições de exercer discernimento algum, é o subconsciente o que capta a mensagem, o decodifica e o reconstrói. No rock’n roll as mensagens são transmitidas de uma maneira subliminal e tem um conteúdo muito variado: 


a) A perversão sexual em todas suas formas;


b) O impulso a rebelião contra a ordem estabelecida;


c) A iniciação ao suicídio;


d) A iniciação na violência e ao homicídio;


e) A consagração à Satanás.


       Essas mensagens agora são feitas abertamente e desse modo os artistas expressam suas inspirações satânicas.


2. A consagração à Satanás: Mais de dez provas estabelecem claramente que as grandes estrelas do rock’n roll consagraram-se à Satanás livremente. Um dos casos mais notáveis é o de Alice Cooper, cujo verdadeiro nome é Vincent Fournier, seu testemunho é mais que eloqüente: “Faz alguns anos fui a uma seção de espiritismo onde Norman Buekley suplicou que o espírito se fizera ouvir. O espírito se manifestou por fim e falou. Prometeu para mim e para o meu grupo de música, a glória, a dominação do mundo com o rock e a riqueza em abundancia. O único que me pediu em troca era entregar-lhe meu corpo para que esse espírito tomasse posse de mim. Em troca da possessão do meu corpo, me fiz célebre através do mundo inteiro. Para fazer isto tomei o nome com o qual o espírito de apresentou na seção. Assim, pois sou reconhecido mundialmente. Vocês já conhecem esse nome Alice Cooper”.


† Danos do Rock’n roll


1 . Danos Físicos
       Numerosos estudos foram empreendidos para avaliar os diversos efeitos do rock, além de graves traumatismos de ouvidos, vista, coluna vertebral, sistema endócrino e sistema nervoso dos ouvintes assíduos deste tipo de música. Bob Larson e uma equipe médica de Cleveland revelaram vários sintomas convincentes em mais de 200 pacientes. Esta música pode ter efeitos e conseqüências físicas assombrosas: mudanças no pulso e a respiração, secreção acrescentada das glândulas endócrinas, em particular a glândula pituitária que regula os processos vitais no organismo. Quando aumenta a música a laringe se contrai, quando baixa se distende. 
    O metabolismo de base e a porcentagem de açúcar no sangue se modificam ao longo da audição. Pode-se então pensar em “jogar” com o organismo humano como se toca um instrumento musical e de fato, certos compositores de música se propuseram a manipular o cérebro provocando um curto circuito nas faculdades conscientes tal como faz a droga. O rito predominante do rock e do pop condiciona primeiro o corpo e logo estimula certas funções hormonais do sistema endócrino. 
     Estes efeitos aumentam com a intensidade da música. Além de 80 decibéis o efeito é desagradável, a mais de 90 se torna prejudicial. Agora bem, nos concertos de rock se mediu de 106 a 108 decibéis no centro da sala e 120 perto da orquestra; os especialistas também descobrem nos jovens problemas de audição próprios dos adultos de mais de 50 anos, assim como um aumento inquietante de enfermidades cardiovasculares ou problemas de equilíbrio. 
        Quanto à vista a necessidade de iluminação especial e a utilização de raios laser produziram danos irreversíveis nos olhos de alguns participantes. O professor Paul Zenier, da universidade do Purdue, explica: “certas discotecas estão equipadas com efeitos laser. Se o raio penetrar no olho pode produzir uma queimadura na retina com formação de uma mancha cega e permanente. Além disso, os raios de luz animada que aparecem ao ritmo da música, produzem vertigem, náuseas e fenômenos alucinantes”. 


       No plano sexual, a equipe médica de Bob Larson afirma categoricamente: “As vibrações de baixa freqüência, devidas à amplificação da guitarra baixo, às quais lhes adiciona no efeito repetitivo do beat, produzem um efeito considerável sobre o líquido cérebro espinhal. A sua vez, este líquido afeta diretamente a glândula pituitária que regula a secreção de hormônios. O resultado global é um desequilíbrio dos hormônios sexuais e supra-renais, assim como de uma mudança radical da taxa de insulina no sangue, de maneira que as diversas funções de controle das inibições morais caem por debaixo do tolerante ou estão por debaixo do tolerante ou estão completamente neutralizados”.


2. Danos psicológicos 

     Se tão graves são os efeitos fisiológicos, mais ainda os efeitos psicológicos. Não há quem se submeta impunemente durante um tempo prolongado à influência despersonalizadora do rock, que não sofra traumatismos psicológicos afetivos profundos. Basta-nos enumerando dez que se repetem quase sempre nas análises médicas e psiquiátricas dos doutores Mc Raferty, Gramby Bline, Barnard Saibel, Walter Woight, assim como Frank Garlock, Tom Allen e outros diversos trabalhos:


1° Modificação das reações emotivas que vão da frustração à violência incontrolável.


2º Perda do controle, tão consciente como reflexo, das capacidades de concentração.


3º Diminuição considerável do controle da vontade sobre os impulsos subconscientes.


4º Sobre excitação neurológica sensorial que produz euforia, histeria e inclusive alucinação.


5º Transtornos sérios da memória, das funções cerebrais e da coordenação neuro-muscular.


6º Estado hipnótico ou cataléptico que converte à pessoa em uma espécie de zumbi ou de robô.


7º Estado depressivo que vai da neurose até a psicose, sobre tudo quando se combinam música e droga.


8º Tendências suicidas e homicida acrescentadas com a audição cotidiana e prolongada do rock.


9º Auto-mutilação, auto-imolação e auto-castigo, sobre tudo nas grandes concentrações. 10º Impulsos irresistíveis de destruição, de vandalismo e de levantamento de descontentes, depois de concertos e de festivais de rock.


3. Danos morais do rock
      A conseqüência da audição do Rock se centraliza em cinco temas capitais: o sexo, a droga, a rebelião, a falsa religião e a influência diabólica. A inteligência, a vontade, e a consciência moral sofrem tal ataque por todos quão sentidos suas capacidades de discernimento e de resistência diminuem em grande medida, inclusive às vezes se neutralizam. Neste estado de confusão moral e mental a via fica completamente aberta à liberação mais violenta dos impulsos contidos, tais como o ódio, a ira, a inveja, a vingança e a sexualidade. 
     Demais, as estrelas do rock se convertem, não só em modelos a imitar, mas também em ídolos a adorar. Este feitiço de caráter idólatra teve conseqüências macabras, tais como o fenômeno das groupies (jovens se entregam totalmente a seus ídolos para satisfazer todos seus caprichos sexuais). Houve suicídios provocados pela morte de uma estrela preferida e alguns assassinatos dos quais é o mais famoso o de John Lennon por seu admirador Mark David Chapman. 
       "Esse é o estilo de música que esta entrando na nossa igreja. Ela é assim como o sapo na água. Devemos tomar cuidado com essas musicas porque já sabemos o que pode nos causar então porque continuar escutando? Fique atento quando a música tiver uma das seguintes características: 

   Sensualidade proposital. Inclui roupas sensuais, movimentos eróticos, flertes e olhares maliciosos, voz provocante destinada a estimular o público. 

     Roupas fora do padrão de modéstia recomendado na Bíblia: inclui roupas sensuais que revelam partes do corpo e que sugerem um estilo de vida que não é de santidade. 

     Linguagem não edificante: incluem histórias, piadas e letras com duplo sentido ou com insinuações sexuais. 


     Música extremamente alta: níveis ensurdecedores que são prejudiciais à audição e dificultam a compreensão das letras.
      Não devemos deixar que nos enganem com letras bonitas e uma melodia demoníaca. 
     Peço-vos encarecidamente que tomem muito cuidado cm esses tipos de ataques, para que nem vocês nem a Santa Igreja sejam prejudicados com isso; e também peço para que rezem para que os jovens que estão envolvidos neste submundo encontrem o caminho certo, o de Jesus Cristo. 


Relatório de Seminarista Matheus Mendes 

Livro: O teólogo Responde Pe. Miguel Fuentes, espanhol;
e websites




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A ESMOLA


Ela produz frutos abundantes: Tob 4, 7-12, 12, 9-12; Sir 3, 33, 29, 15; Dan 4, 24. Dai esmolas de acordo com seus meios e tudo será puro. Lc 11 41. Dai secretamente esperando a recompensa de Deus: Mt 6, 2-4. Demos aqueles que não podem devolver: Lc 14, 12-14. Quem dá o dinheiro aos pobres ganha amigos no céu. Lucas 16, 9. Dá o necessário: Mc 12, 4144, Lucas 21, 1-4. Nosso Senhor despreza as esmolas dos hipócritas: Mt 6, 1 -4. Estejam dispostos a ajudar os nossos irmãos com esmolas: Rom 12, 13, e também os nossos inimigos: Rom 12, 20. Aquele que tem duas túnicas reparta com a pessoa que não tem, e quem tem comida faça o mesmo. Lc 3, 11.
  A esmola e o jejum, são como meio de conversão e penitência cristã, estão intimamente ligados. Jejuar significa o domínio sobre nós mesmos. E a esmola significa a disposição de compartilhar com os outros as alegrias e tristezas, de dar aos outros, especialmente os mais necessitados, para entregar os bens não apenas materiais, mas também os dons do espírito. E precisamente por esta razão devemos abrir-nos aos outros e sentir as suas diversas necessidades, sofrimentos, dificuldades e ajudar não só em nossos recursos, mas acima de tudo em nossos corações, em nossa maneira de se comportar e agir, nos meios para antecipar suas necessidades e trazer alívio para seus sofrimentos e infortúnios. (JOÃO PAULO II, Carta para a diocese de Roma, 28/02/1979).
A misericórdia e as esmolas são o brilho da alma, a enriquece e faz que pareça bela e formosa. E ,ademais, aquele que pensa e se compadece da miséria do outro, começa a abandonar o pecado dez Santo Agostinho. Onde há caridade não se atreve a penetrar o diabo. (São João Crisóstomo)
Continuamente encontramos a um Lázaro, se o buscamos, e a cada passo o vemos, ainda que não o busquemos. Sempre há alguém necessitando de nossa ajuda, pedindo e implorando.
O pobre e o necessitado é um instrumento que Deus usa para nos encorajar a fazer o bem. (Cura D’ars)
Deus pode, na realidade, alimentar os pobres, mas quer que se unam por amor, aqueles que tem com aqueles que não tem. (São João Crisóstomo),
Nesta Quaresma, portanto, devemos purificar-nos não só de comida e bebida, mas também de toda a contaminação imunda de perjúrio (falsos juízos contra o próximo), da detração, da inimizade, da intemperança e, principalmente, da ganância ou avareza, que é o princípio e o fim de todo o mal.
 A afastamento de tudo isso é a mais brilhante  purificação e o jejum verdadeiro. Mas antes que isso, e juntamente com isso, enquanto isso pratiquemos a esmola, que é o que nós levanta não só ao terceiro céu, mas para o Senhor de todos os Céus; a esmola é como uma carruagem de fogo que leva os que sobem da terra ao céu. Com ela o nosso jejum se torna brilhante e agradável a Deus, e nossa oração vai subir como uma nuvem de incenso. (Nectary, Hom. Na festa de São Teodoro, 15, PG 39, 1833).
Foste vendido ao pecado, redime-te agora com as vossas boas obras, paga o resgate com teus bens. Vis são riquezas, mas a misericórdia é preciosa. Porque as esmolas - diz o livro de Jó – livra do pecado (Tb 12, 8).














MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI

PARA A XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

NO RIO DE JANEIRO, EM JULHO DE 2013

«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)
Queridos jovens,
Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madrid mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.

Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

<!--[if !supportLists]-->1.      <!--[endif]-->Uma chamada urgente

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.

Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.

A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).



Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).




2. Tornai-vos discípulos de Cristo

Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.

Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.

Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador.

Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).

3. Ide!





Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.

Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.4. Alcançai todos os povos
Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!
Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos.

Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.

Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.

O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo.

5. Fazei discípulos!





Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor.A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20).
Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.
6. Firmes na fé

Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).

Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana.

Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.

Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt 5,11-12).

7. Com toda a Igreja

Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).

A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).

Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!

8. «Aqui estou, Senhor!»

Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.

No final da Jornada Mundial da Juventude em Madrid, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).

Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.

A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 18 de outubro de 2012.








Homilia Cristo-Rei


Queridos irmãos e irmãs:
“Hoje, o último domingo do ano litúrgico, celebra-se a Solenidade de Cristo-Rei.
Desde o anúncio de seu nascimento, o Filho unigênito do Pai, nascido da Virgem Maria, é definido" rei " no sentido messiânico, ou seja, o herdeiro do trono de David, segundo as promessas dos profetas, para um reino sem fim (cf. Lc 1, 32-33). A realeza de Cristo permaneceu totalmente escondida até seus 30 anos, passados ​​em uma vida comum em Nazaré.
Depois, durante sua vida pública, Jesus inaugurou o novo Reino, que "não é deste mundo" (Jo 18, 36), e no final, realizou-o com a sua morte e ressurreição. Aparecendo ressuscitado aos Apóstolos, disse: "Foi-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mt 28, 18): este poder brota do amor, que Deus revelou plenamente no sacrifício de Seu Filho. O reino de Cristo é um dom oferecido aos homens de todos os tempos, de modo que aqueles que crêem no Verbo Encarnado "não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16). Por isso, precisamente no último livro da Bíblia, o Apocalipse, Ele proclama: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim" (Ap 22, 13).

"Cristo, o Alfa e o Ômega" é o título do parágrafo que conclui a primeira parte da Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, promulgada há 40 anos. Naquela bonita página, que retoma algumas palavras do Servo de Deus Paulo VI, lemos: "O Senhor é o fim da história humana, o ponto em que convergem os desejos da história e da civilização, centro do gênero humano, gozo de todos corações e plenitude de suas aspirações. " E continua: "Vivificados e unidos em seu Espírito, peregrinamos em direção à consumação da história humana, que coincide plenamente com o desígnio de seu amor:" Restaurar em Cristo todas as coisas do céu e da terra "(Ef 1, 10 ) "(n. 45). “À luz da centralidade de Cristo, a Gaudium et Spes interpreta a condição do homem contemporâneo, sua vocação e dignidade, assim como os âmbitos de sua vida: a família, a cultura, a economia, a política, a comunidade internacional. Esta é a missão da Igreja ontem, hoje e sempre: anunciar e testemunhar a Cristo, para que o homem, cada homem, possa realizar plenamente sua vocação” (Papa Bento XVI).

'Escrevia Fulton Sheen: "Ele é Rei, fonte por isso mesmo de toda autoridade. Como o Filho de Deus pode dizer: "Toda a autoridade foi dada a mim no céu e na terra." (Mt, 28, 18). Os ventos e mares o obedecem e quando Pilatos, com a linguagem própria dos ditadores, acredita possuir potência suficiente para condenar, Jesus o recorda, "Nenhum poder terias sobre mim, se não te fosse dado do alto". (Jo, 19, 11).

Outra coisa que não se pode crer é, também, que esse poder de mudar o coração dos povos tenha desaparecido com sua morte. Vivemos em um mundo onde os falsos poderes pedem o nosso apoio, a opinião pública nos atordoa e onde os poderes do Estado invadem nossos direitos privados.
Precisamos de alguém para lembrar a estes Pilatos que há, lá em cima, outro Poder. Contamos com uma quantidade de chefes que nos dizem aquilo que está bem, quando tudo vai bem; precisamos de um Cristo Vivo que nos diga a Verdade quando as coisas vão mal e o mundo erra. Vem, ó Cristo, com a sua autoridade divina, libertar-nos mesmo que para esta devas usar esta nossa humana envoltura, como usou em seu momento a sua.” (ou seja, ainda que para isso venhas na carne humana, como fizeste naquele momento).
A Virgem Maria, a quem Deus associou de uma forma singular a realeza do seu Filho, obtenha para nós recebê-lo como Senhor da nossa vida. Num mundo que geralmente reina o Demônio, o pecado e a cultura de morte, possamos cooperar fielmente no acontecimento de seu Reino de amor, justiça e paz.



MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI

NO DIA DE TODOS OS SANTOS

Milhares de fiéis e peregrinos participaram do Angelus deste domingo, na Praça São Pedro, conduzido por Bento XVI, dia em que a Igreja no Brasil celebra a Solenidade de Todos os Santos.

O Papa destacou que este domingo nos repropõe o ensinamento de Jesus sobre o mandamento do amor, que é duplo: amar a Deus e amar o próximo.

"Os Santos, que celebramos recentemente juntos numa única festa solene, são aqueles que confiando na graça de Deus, buscam viver segundo essa lei fundamental. Na verdade, o mandamento do amor pode ser colocado em prática plenamente somente por quem vive uma relação profunda com Deus, assim como a criança se torna capaz de amar a partir de um bom relacionamento com sua mãe e seu pai" – frisou o Papa.

"São João de Ávila, que recentemente proclamei Doutor da Igreja, assim escreve no início de seu Tratado do Amor de Deus: 'A causa que mais impulsiona o nosso coração ao amor de Deus é considerar profundamente o amor que Ele teve por nós. Isto, mais que os benefícios, impele o coração para amar, porque quem faz a outro um benefício, lhe dá algo que possui; mas aquele que ama, se doa com o que tem, sem que lhe sobre algo para oferecer. Antes de ser um mandamento, o amor é um dom, uma realidade que Deus nos revela e nos faz experimentar, para que como uma semente possa germinar também dentro de nós e se desenvolver em nossa vida'" – sublinhou ainda Bento XVI.

"Se o amor de Deus aprofundou suas raízes numa pessoa, ela se torna capaz de amar até mesmo quem não merece, como Deus faz conosco. O pai e a mãe não amam os filhos somente quando eles merecem: os ama sempre, até mesmo quando faz com que eles entendam que estão errados. De Deus aprendemos a querer sempre e somente o bem e nunca o mal. Aprendemos a olhar o outro não somente com os nossos olhos, mas com os olhos de Deus, que é o olhar de Jesus Cristo. Um olhar que vem do coração e não para na superfície, mas vai além das aparências e consegue captar os anseios profundos do outro: de ser ouvido, de uma atenção; numa palavra: de amor. Mas se verifica também o sentido inverso: abrindo-me ao outro assim como ele é, indo ao seu encontro, tornando-me disponível, eu me abro também para conhecer a Deus, para sentir que Ele existe e é bom" – destacou o pontífice.

O Papa explicou que o "amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis e estão em relação recíproca. Jesus não inventou nem um nem outro, mas revelou que eles são um único mandamento, e o fez não só com palavras, mas, sobretudo, com o seu testemunho: a Pessoa de Jesus e todo o seu mistério encarnam a unidade do amor a Deus e ao próximo, como os dois braços da Cruz, vertical e horizontal. Na Eucaristia, Ele nos doa esse duplo amor, doando-nos a Si mesmo, para que, alimentados por esse Pão, nos amemos uns aos outros como Ele nos amou."

Bento XVI concluiu sua alocução, pedindo a intercessão da Virgem Maria a fim de que "todo cristão saiba mostrar a sua fé no único Deus verdadeiro com um testemunho claro de amor ao próximo". (FONTE:RADIO VATICANO)






Anjo que conduz as almas ao purgatório(Dante)


Finados – A memória dos Fieis Defuntos

Chama-se Igreja a associação daqueles que acreditam em Jesus Cristo. A Igreja está dividida em três grupos. Triunfante: aqueles que já se salvaram e estão no céu. A Igreja Militante: aqueles que estão na terra lutando para fazer o bem e evitar o mal. E a Igreja purificante: os que estão no purgatório purificando-se de seus pecados, manchas que desfiguram a sua alma, e que impossibilitam uma união total e pura com Deus.
O Catecismo da Igreja Católica, publicado pelo nosso querido Beato João Paulo II em 1992, é um texto máxima autorizado para todos os católicos do mundo e diz cinco coisas sobre o Purgatório:
1. Os que morrem na graça e amizade com Deus, mas não perfeitamente purificados, depois da morte sofrem um espécie de purificação para obter toda a beleza da sua alma (n°1030).
2. A Igreja dá o nome de Purgatório a essa purificação, e falou sobre ela no Concílio de Florença e no Concílio de Trento. A Igreja para falar de um fogo purificador se baseia na frase de São Paulo que diz: "A obra de cada um será revelada. O dia do Julgamento demonstrá-la-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. “(1 Cor 3, 13).
3. A prática de orar pelos mortos é muito antigo. O livro 2 de Macabeus na S. Bíblia diz: "Ele mandou oferecer sacrifícios Judas Macabeus para os mortos, para que pudessem ser libertados dos seus pecados" (2 Mac. 12, 46).
4. A Igreja desde os primeiros séculos teve o hábito de orar pelos mortos (Santo Agostinho conta que sua mãe Santa Mônica antes de morrer a única coisa que pediu foi isto: "Não se esqueça de oferecer orações pela minha alma").
5. São Gregório Magno afirma: "Se Jesus Cristo disse que há faltas que não serão perdoadas nem neste mundo nem no outro, é um sinal de que há faltas que serão sim perdoadas no outro mundo. E para que Deus perdoe estas faltas veniais é que oferecemos orações, missas, jejuns e esmolas pelo seu eterno descanso”.
De São Gregório dois fatos interessantes são narrados: O primeira, é que ele ofereceu 30 missas pela alma de um falecido e, em seguida, um homem morto apareceu em sonho para agradecê-lo porque por estas missas tinha saído do purgatório. E a segunda, é que um dia, enquanto celebrava a missa, São Gregório levantou a hóstia sagrada e ficou com ela no alto por muito tempo. Seus assessores depois perguntaram porquê ele ficou tanto tempo com a hóstia levantada em suas mãos, e respondeu: "eu vi que enquanto oferecia a a Hóstia Santa a Deus, descansavam as benditas almas no purgatório."
Respondeu Santo Agostinho a um interrogante: "Quanto rezarão por mim quando eu morrer?”, E ele respondeu: “ Isso depende de quanto tu rezas pelos mortos, porque o evangelho diz que com a mesma medida que cada um dar aos outros, com a mesma medida será medido."
Uma flor em sua tumba fica murcha, uma lágrima em sua memória se evapora, mas “uma oração por sua alma, a recebe de Deus” (Santo Agostinho).


Halloween, o que é?

Nos últimos anos, começou a fazer furor entre os mediterrâneos e latino-americanos que esquecem suas próprias e ricas tradições para adotar a abóbora iluminada. No Hallowe’em (do All hallow’s eve), literalmente a Véspera de Todos os Santos, a lenda anglo-saxônica diz que é fácil ver bruxas e fantasmas. Os meninos se disfarçam e vão - com uma vela introduzida em uma abóbora esvaziada em que se fazem incisões para formar uma caveira - de casa em casa. Quando se abre a porta gritam: “trick or treat” (doces ou travessuras) para indicar que farão uma brincadeira de mau gosto a quem não os dê uma espécie de gorjeta em guloseimas ou dinheiro. Uma antiga lenda irlandesa narra que a abóbora iluminada seria a cara de um tal “Jack Ou’Lantern” que, na noite de Todos os Santos, convidou ao diabo a beber em sua casa, fingindo ser um bom cristão. Como era um homem dissoluto, acabou no inferno.
Muitos se disfarçam de mortos ou usam máscaras de caveiras e se consomem doces em forma de crânio ou de esqueleto. Neste sentido, os bispos de duas dioceses mexicanas vizinhas aos Estados Unidos, Sonora e Sinaloa, chamaram a atenção sobre a influência americana que faz perder as tradições nativa e inca ao consumismo e a imitar uma tradição que hoje é mais pagã que cristã. O arcebispo do Hermosillo, José Ulises Macías, disse que “os mexicanos devem arraigar a nossos próprios costumes que são ricos e divertidos, pois cada nação tem suas festividades de acordo a seus sucessos históricos e sociais”. Em todas estas representações ritos e lembranças vive um desejo inconsciente, mas bem pagão, de exorcizar o medo à morte. O mito antigo do retorno dos mortos, converteu-se hoje em fantasmas ou dráculas com efeitos especiais nos filmes de terror. Entretanto, para os cristãos é a festa de Todos os Santos a que verdadeiramente tem relevância e reflete a fé no futuro de quem espera e vive segundo o Evangelho pregado por Jesus. É o que sublinhou o beato João Paulo II, em sua catequese. O respeito aos restos mortais de quem morreu na fé e sua lembrança inscreve-se na veneração de quem tem sido “templos do Espírito Santo”. Como assegura Bruno Forte, professor da Faculdade teológica de Nápoles, ao contrário de quem não acredita na dignidade pessoal e desvaloriza a vida presente acreditando em futuras reencarnações, o cristão tem “uma visão nas antípodas”, visão oposta, já que “o valor da pessoa humana é absoluto”. É alheia também ao dualismo herdado de Platão que separa o corpo e a alma. “Este dualismo e o conseguinte desprezo do corpo e da sexualidade não forma parte do Novo Testamento para o qual a pessoa depois da morte segue vivendo tanto quanto é amada por Deus”. Deus, acrescenta o teólogo, “não tem necessidade dos ossos e de um pouco de pó para nos fazer ressuscitar. Quero sublinhar que em uma época de “pensamento débil” em que se sustenta que tudo se reduz a nada, é significativo afirmar a dignidade do fragmento que é cada vida humana e seu destino eterno.”

Pe.Miguel Fuentes








"ALGUMA VEZ PENSASTE?"

Um livro sobre a vocação?

Para quem? Para o que tem ou para o que não tem? Creio que seja para todos. Ou melhor: para todos os de boa vontade (ou os que desejam sê-lo…); para todos os que se animam a perguntar como São Paulo quando caiu do cavalo: “o que hei de fazer, Senhor?” (At 22,10).
Eu sou sacerdote gosto muito de escutar exemplos de matrimônios santos, ou estar em celebrações matrimoniais onde se percebe a alegria do amor, mas sobre tudo onde se capta a alegria do amor a Deus, ou seja, quando são vocações autênticas. Daqueles que elegeram servir a Deus e depois elegeram o matrimônio. Não como os que, segundo Santo Inácio: “elegem primeiro casar-se, o que é um meio, e depois servir nesse estado a Deus nosso Senhor, o que é o fim” (Exercícios 169).
Emociona-me ver a disponibilidade de tantos para buscar o que Deus quer e lançar-se em empreendimentos arriscados. E já é um empreendimento tão arriscado como fascinante realizar a pergunta que fez o Apóstolo: o que hei de fazer, Senhor? Me cativa ver almas grandes que têm desejos de buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e não aquilo que vem por acréscimo . Dias atrás me contavam sobre uma jovem que respondeu à pergunta sobre o noivo ideal: “Eu quero um noivo que ame mais a Deus que a mim”… Comprometedor para o noivo… seguramente essa menina poderá olhá-lo enamorada, mas também poderá olhar a Deus face a face sem envergonhar-se, porque buscou a Ele antes de tudo. É como dizia Santo Alberto Hurtado: “as decisões realmente importantes e definitivas são as que jazem nele (Deus)” .
Creio que aquele não é chamado por Deus à vida consagrada, se edifica e goza ao ver que Deus chama a outros, e que são muitos os que deixam as redes e o seguem. Por isso, penso que também eles gostarão deste livro.
Além disso, o Padre Javier vai apresentando de maneira muito clara e agradável os critérios de discernimento, os meios que temos para tomar grandes decisões. A de eleger o estado de vida será fundamental, mas também serve de modelo a um número infinito de escolhas que se deve fazer bem, e através das quais se caminha em direção ao Céu, por meio da vocação que se tenha.

A vida cristã é escolher

A maravilha de escolher... Nós arriscamos a vida em cada escolha importante. … “viver é escolher, dizia São Francisco de Sales… “Te pus diante do fogo e da água, tua mão pode lavar-te onde quiseres” (Sal 15,16).
Que boa escolha a daquele homem…! Um jovem camponês italiano tem que ir à guerra. Um dia, livre, junto com seus amigos pede algumas bebidas em uma pousada. Uma jovem o atende. Fazendo-se “o valente” pelo “machismo” do grupo, o soldado fala demais, e vai além dos limites com um galanteio. A jovem cheia de dignidade dá-lhe uma bela bofetada. Que tempos!... Passam os meses termina a guerra. O antigo soldado pensa que é tempo de formar uma família… É tempo de escolher. E… Aquela jovem do tapa…? Que personalidade… Essa poderia ser uma boa mãe para seus filhos. Bem! Boa escolha!... Deste humilde matrimonio de camponeses nascera São Luís Orione…
Mas, escolher por escolher? Obviamente se trata de reconhecer e escolher o que Deus quer para mim. Não há ninguém que me conheça melhor, Ele me fez, “me teceste no ventre de minha mãe” (Sal 139,13), e conhece como ninguém minha alma: “Ele é quem forma o coração de cada um, repara em todas as suas ações” (Sal 33,15).


Os projetos de Deus

Mons. Tortolo expressava com profundidade: “A história de cada um de nós começa no coração de Deus, nos abismos da eternidade (…). Fomos pensados individualmente, singularmente por Ele, elegidos para integrar seu Plano (…) para cumprir uma especial missão” .
Ainda que não conheças essa missão que Deus pensou, tens que saber que deve ser algo maravilhoso: “tudo o dispuseste com medida, número e peso” (Sb 11,21). Vamos escapar desse plano? “Por obra de sua paternal Providência, Deus prepara os caminhos, inclina os planos, ordena as causas que nós chamamos segundas.” Deus vai te levando, vai insinuando os passos, mas conserva tua liberdade. Não quer escravos, senão filhos e amigos que livremente se entreguem. E está em tuas mãos romper os projetos de Deus e “fazer a tua...” “Ai dos filhos rebeldes! – oráculo do senhor Deus – para executar planos que não são meus…” (Is 30,1).
Portanto, é tarefa fundamental de tua vida conhecer o projeto que Deus tem para você, e ter a generosidade de entregar-se no que Ele queira.
Mas o que acontece na maioria das vezes é que os homens não se atrevem a perguntar a Deus o que Ele quer… e constroem sozinhos as próprias vidas. Isso pode ser o começo de um triste fracasso. Sendo diácono, acompanhei um sacerdote para pregar Exercícios Espirituais. Apenas havia terminado a primeira meditação e vem a mim um jovem de uns 28 anos. Estava chorando. Como um menino desconsolado necessitava “entregar-se”: alguns anos atrás havia visto que Deus o chamava ao sacerdócio, mas havia se deixado dominar pelo medo de abandonar tudo. Apurou-se para casar. “Minha mulher é muito boa, dizia ele, tenho três filhas lindas… mas não sou feliz…”. Com certeza, a misericórdia de Deus é tão grande, que o seguia amando infinitamente e dando-lhe força para que pudesse santificar-se no matrimônio. E ele tinha que aprender a confiar. Mas também devemos reconhecer que não será muito fácil seu caminho. É como colocar sapatos que são de boa qualidade…, mas não são os próprios.
Não se pode viver escondendo-se ou sendo mesquinho com Deus. Isso não é vida. Tudo terá o selo da mediocridade e Deus não se entregará totalmente a nós. Santa Teresa de Jesus conhecia o Coração de Deus, e sabia que “toma o que lhe damos; mas não se dá de todo, enquanto de todo não nos damos a Ele. Isto é coisa certa, e, porque importa tanto, vo-lo recordo tantas vezes. O Senhor não pode agir na alma da mesma forma que faria se ela fosse toda sua, sem partilhas” . O grande negócio da vida é doar-se totalmente. Que Deus me diga de que maneira, porém deve-se entender que estou muito melhor em suas Mãos.
Pode parecer duro deixar tudo em suas Mãos, mas é o mais consolador. Deve-se acreditar nisso seriamente. Há alguns anos: um bom jovem que parecia estar chamado ao sacerdócio, se via impedido pela preocupação com seus pais. Ficariam sozinhos. Era um espinho cravado em sua alma. Apresentou esta pena a Mons. Tortolo. Paternalmente o bispo lhe explicou as coisas e perguntou: “se ficas em casa, teus pais ficaram em tuas mãos. Mas se entras ao Seminário, teus pais ficaram nas mãos de Deus… nas mãos de quem preferes que estejam?”. Graças a Deus esses pais ficaram finalmente nessas Mãos, mas com a alegria enorme de ter por filho um grande sacerdote, o Padre Marcelo.
O que este santo bispo lhe disse, Marcelo também o havia expressado em um convite aos jovens: “Renunciar e despojar-se de seres e de coisas para colocá-los em mãos mais seguras: nas mãos de Deus (…). Deixarás tudo isto em mãos mais seguras e, livre de tudo, poderás caminhar com Cristo, compartilhar sua sorte e também sua cruz” .
Mistério. Somos convidados; somos livres; mas necessitamos ser atraídos: o mistério da graça, e em particular da graça da vocação.

Uma graça de atração

Deus quer atrair a todos por sua graça. É o desejo de Jesus: “Quando eu for levantado da terra atrairei todos os homens a mim.” (Jo 12,32).
Mas no caso da vocação consagrada se dá uma particular atração, e muitas vezes apesar dos pecados ou da mediocridade daquele que é chamado. “Com cordas humanas os atraía, com laços de amor” (Os 11,4).
Cada vez que uma alma se converte ou se aproxima mais de Jesus, se verifica o que o mesmo Senhor dizia: “Ninguém pode vir a Mim se o Pai que me enviou não o atrair” (Jo 6,44), mas isto de alguma maneira especial se dá na graça da vocação. Graça que atrai com força, com suavidade, de maneira misteriosa, mas dando uma energia que supera o poder humano.
E é por isso que mais de uma vez escutamos o Padre Buela dizer: “A graça da vocação é de ordem mística”. Não se pretende dizer que aquele que tem vocação está no estado místico, mas sim que essa graça “é de ordem mística”. Ou seja, uma iluminação ou um toque de Deus que se dá tão “ao modo dos dons do Espírito Santo” que faz superar o modo comum e ordinário de obrar.
É o que explica como alguém que está cheio de defeitos, que ainda não domina suas irritações, sua preguiça, suas vaidades, e que talvez ainda não se habituou a fazer sua própria cama, de repente decide entregar, com uma generosidade inusitada, toda sua vida a Deus… De algum modo escutou e se deixou seduzir pelas palavras do Senhor: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e depois vem e segue-me” (Mt 19, 21)... Mas foi uma graça invisível, misteriosa, aqueles laços de amor, que o levaram a dar o grande passo. Porque “não todos entendem esta linguagem, senão aqueles a quem foi concedido” (Mt 19,11). Este livro pode ajudar a perceber que tipo de graça concede Deus.
Cristo pede ajuda…

À mulher samaritana, Jesus, agoniado pelo sol e o cansaço, lhe disse: dá-me de beber (Jo 4,7). Desejava que a mulher lhe desse água fresca. Gosta de necessitar dos homens, no entanto no mais profundo de suas palavras se adivinhava outra sede ainda maior. Sua sede se fará dramática desde a Cruz: Tenho sede (Jo 19,28). É óbvio que a sede física assolava ao Senhor, mas os santos viram uma sede mística muito mais veemente: a sede das almas… e para isto o Senhor pede ajuda… Dá-me de beber…
Em toda vocação consagrada vemos este mistério: Deus podendo redimir sozinho, quer necessitar de nós na obra mais formosa, a da salvação dos demais. Isto se poderia dizer de toda vocação cristã. Mas falando da vocação consagrada, adquire uma marcada vivacidade. E assim tantos os santos se entregaram por inteiro ao desejo de saciar a sede do Senhor. “Almas, almas…”, gritava Dom Orione, “Dai-me almas e levai o resto” era o lema de Dom Bosco. O Padre Pio não fazia mais que buscar almas, sabendo que custa e que é preciso pagar por elas. Jesus deu seu sangue, mas se queres ajudar a Jesus, também te pedirão gotas de sangue: “Completo em minha carne o que falta às tribulações de Cristo” (Col 1,24).

Falando de “ajuda”

Também nós devemos ajudar-nos mutuamente a descobrir os caminhos de Deus. É Jesus quem diz intimamente “segue-me”, mas muitas vezes o faz através de seus ministros ou se vale deles para que abramos os ouvidos e prestemos atenção ao que Ele nos pede e ao que talvez estejamos nos fazendo de surdos.
De modo geral na vocação, sempre há ajuda de algum sacerdote, ou algum bom amigo com seu exemplo, com alguma palavra oportuna. Me vem o pensamento cheio de gratidão para com um grande sacerdote do Paraná, o Padre Roberto Rausch. Um homem de Deus, que vibrou sempre com sua vocação sacerdotal e missionária, se dedicou à formação de jovens, mas também sentiu na consciência o dever de trabalhar pelas vocações consagradas. Uma vez eu lhe havia comentado sobre meu pensamento de entrar no seminário, mas depois não voltei a tocar no tema. Passaram dois ou três anos. Ao voltar do serviço militar, e apesar de que nesse tempo eu o via escassamente, me chamou para conversar: “Aquilo que me falaste uma vez, sobre a vocação, segue de pé?” “Bom, sim, mas…” E se aglomeravam as objeções e justificações como para seguir postergando a coisa para mais adiante… o padre era sumamente respeitoso, mas ali, me freou: “olha, é agora ou nunca!”. E tinha razão, não se podia seguir dando voltas. Se não tivesse tido essa conversa… Talvez seguisse dando voltas. E não teria sido tão feliz em tudo quanto o que tenho vivido...
Creio que o Padre Javier com este livro, pode oferecer também essa mesma “ajuda” para mais alguém. Um bom despertador de consciência, um bom abrasador dos corações para que sejam mais dóceis nas mãos do Senhor, que seguem sendo “as melhores Mãos”.



P. Gabriel Zapata, IVE.


Introdução

Alguma vez pensaste…?
Alguma vez tua alma se viu tão inquieta, de tal modo que nada nem ninguém podia detê-la ao pensar na imensidade de Deus?
Alguma vez vos detivestes a considerar que Deus segue chamando a seus discípulos para que o ajudem na obra redentora?
Alguma vez vos passou pela cabeça que talvez poderia estar chamando-te?
Alguma vez pensaste que poderias ter vocação para vida consagrada ou ao sacerdócio?
Deus dá a cada um, conforme Sua vontade, a vocação que lhe convém para alcançar a salvação eterna que, normalmente, se vê compreendida entre o matrimônio e a vida consagrada. É justamente a este último modo de vida, segundo Deus, que quereríamos referir-nos nestas breves páginas, em especial, porque cremos que – a pesar de existir um mar de livros a respeito – nunca é pouco o que se pode dizer sobre o tema.
Longe do que se pensa, Deus segue chamando, hoje e sempre, a muitos homens e mulheres para participar mais intimamente da obra da salvação; não é preciso ir buscar muito longe: estão entre nós. São almas nobres que não desejam outra coisa que imolar-se por Deus e sua Igreja; almas grandes que somente buscam fazer algo de bem nestes “três ou quatro dias” que temos de vida; almas que desejam almas…
No entanto, muitas vezes, os chamados de Deus se acham escondidos, como escondidos estão os tesouros, as pérolas e os diamantes, é necessário somente descobri-los! A vocação é isso: o tesouro de Deus para Sua Igreja; é necessário somente descobri-lo, custodiá-lo e sacrificar-se por ele. Nosso Senhor, certamente, nunca deixou nem deixará de enviar obreiros à sua messe, mas pode acontecer – e lamentavelmente tem acontecido nos últimos anos – que muitos homens e mulheres sentem-se quase desamparados pela falta de critério ao ter que tomar uma decisão transcendental como é a eleição de estado para a vida sacerdotal ou religiosa.
Mas… “pode ser que Deus siga chamando apesar do mal que há no mundo?”
Claro que sim e a gritos! Segundo aquele grande padroeiro da juventude que foi São João Bosco, mais de 30% de nossos jovens católicos têm vocação sacerdotal ou religiosa, ainda que poucos sejam conscientes disso.
São muitos, muitíssimos, os jovens católicos que em algum momento foram chamados a um estado de vida de maior entrega pelo Reino dos Céus. No entanto, acontece que poucos souberam reconhecê-lo e menos ainda alimentá-lo. Além disso, há uma idéia geral bastante errada do que realmente significa o chamado à vida sacerdotal ou religiosa: há quem pense que tudo se deve à educação dada pela família, ou a um “dom especial” que se traz desde sempre.
Por outro lado, nos melhores ambientes chega a compreender-se, ao menos em abstrato, que a vocação sacerdotal ou religiosa é um dom de Deus e que se deve rezar por seu aumento, mas frequentemente nesses mesmos ambientes nem sempre se passa dessa ideia teórica ao juízo prático de perguntar-se:
“E se Deus me chama para ser sacerdote?”
Ou
“E se Deus quer que eu seja religiosa?”
São estas, mais ou menos, as perguntas que nos moveram a escrever as seguintes linhas; não tentaremos, portanto, fazer uma espécie de tratado sobre a vocação religiosa ou sacerdotal, mas simplesmente trata-se de dar uma pequena ajuda para aqueles que devam discernir ou ajudar a discernir, se Deus os chama ou não, a esse estado de vida.
Com as presentes páginas, que tentam seguir em tudo a doutrina dos santos e mestres autorizados, desejamos brindar uma ajuda para discernir se Deus chama ou não a alguém à vida sacerdotal ou religiosa. Nossa ideia é tranquilizar ante toda incerteza que ainda mantém a alma em um estado de indecisão, para fazê-la repousar finalmente nos verdes prados da vontade de Deus.
Para isso, tentaremos resumir e expor de modo claro a doutrina clássica da Igreja, e isto da maneira mais simples possível. Deus queira que sirva a mais de uma pessoa.

(livro do Pe.Javier Oliveira, IVE)

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